Paróquia Santa Luzia

Práticas Quaresmais – O Jejum

 

Uma das características do tempo da quaresma, é a penitência, sobretudo no comer e no beber. Tal penitência pode consistir numa simples abstinência, que é renúncia a algum alimento, ou pode chegar ao jejum, que consiste no privar-se das refeições de modo total ou parcial.

A Igreja chama o jejum, a esmola e a oração de remédios contra o pecado; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, nos ajudam a vencer o maior mal deste mundo, o pecado. A oração nos fortalece em Deus; a esmola (obras de caridade) cobre uma multidão de pecados; e o jejum fortalece o nosso espírito contra as tentações da carne e do espírito e nos liberta e abre para os valores superiores da alma.

Dando continuidade à série de artigos sobre as práticas Quaresmais, vamos falar sobre o JEJUM:

Por que jejuar? Por que se abster de alimentos? É necessário compreender o sentido profundo que o cristianismo dá a essas práticas, para não ficarmos numa atitude superficial, às vezes até folclórica ou, por ignorância pura e simples, desprezarmos algo tão belo e precioso no caminho espiritual do cristão.

1. O jejum nos ensina que somos radicalmente dependentes de Deus.

2. A abstenção do alimento nos exercita na disciplina, fortalecendo nossa força de vontade, aguçando nossa capacidade de vigilância, dando-nos a capacidade para uma verdadeira disciplina. O jejum e a abstinência, portanto, são um treino para que sejamos senhores de nós mesmos, de nossas paixões, desejos e vontades.

3. O jejum tem também a função de nos unir a Cristo, no seu período de quarenta dias no deserto. O cristão jejua por amor a Cristo e para unir-se a ele, trazendo na sua carne as marcas da cruz do Senhor.

4. Finalmente, o jejum e a abstinência, fazem-nos recordar aqueles que passam privação, sobretudo a fome, abrindo-nos para os irmãos necessitados.

Os Padres da Igreja davam grande valor ao jejum. Diz, por exemplo, São Pedro Crisólogo (451): “O jejum é paz do corpo, força dos espíritos e vigor das almas” e ainda: “O jejum é o leme da vida humana e governa todo o navio do nosso corpo” (Sermão VII: sobre o jejum, 3.1).

A Bíblia recomenda muito o jejum, tanto o Antigo como o Novo Testamento; Jesus o realizou por quarenta dias no deserto antes de enfrentar o demônio e começar a vida pública; e muito o recomendou. O nosso jejum deve ser acompanhado de mudança de vida, de conversão, de arrependimento dos pecados e volta para Deus.

A necessidade de mortificação do corpo aparece claramente, se considerarmos a fragilidade da nossa natureza, na qual, depois do pecado de Adão, a carne e o espírito têm desejos contrários. Através do jejum corporal, o homem recupera o vigor, e a ferida infligida à dignidade da nossa natureza é curada pelo remédio de uma penitência salutar.

A lei da abstinência proíbe o consumo de carne, bem como de alimentos e bebidas que, segundo um julgamento prudente, devem ser considerados como particularmente procurados e caros.

A lei do jejum ‘obriga a fazer uma única refeição durante o dia, mas não proíbe de consumir um pouco de comida de manhã e à noite, de acordo com a quantidade e qualidade aprovadas pelo costume local.

A abstinência deve ser observada em toda e cada sexta-feira da Quaresma, a não ser que coincida com uma solenidade no dia (como em 19 e 25 de março). Em todas as outras sextas-feiras do ano, a menos que caiam em uma solenidade, deve-se observar a abstinência no sentido aqui exposto ou realizar alguma obra de penitência, oração ou caridade.

QUEM ESTÁ OBRIGADO A FAZER O JEJUM?

Todo católico maior de idade (a partir dos 18 anos) até os sessenta anos começados(cinquenta e nove completos) conforme dita o Código do Direito Canônico 1252: Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência em razão da pouca idade.

A observância da obrigação da lei do jejum e da abstinência pode não ser realizada por uma razão justa, por exemplo, a saúde.

TIPOS DE JEJUM:

Que possamos aproveitar esse tempo quaresmal para intensificar as nossas obras de penitência através do jejum, e com isso aprofundar a nossa espiritualidade e crescer na caridade fraterna!

Para aprofundar o tema do JEJUM, veja esse vídeo de Dom Henrique Soares, bispo da diocese de Palmares-PE:

No próximo artigo falaremos sobre a ORAÇÃO como prática quaresmal. Não perca!

Uma Feliz e Santa Quaresma!

Salve Maria!

Fontes:

Sair da versão mobile