Sexta-feira, 02 de Novembro de 2018.
Santo do dia: Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
Cor litúrgica: roxo
Evangelho do dia: São Mateus 25, 31-46
Primeira leitura: Isaías 25, 6-9
Leitura do livro do profeta Isaías:
Naquele dia, 6o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias. 7Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. 8O Senhor Deus eliminará para sempre a morte, e enxugará as lágrimas de todas as faces, e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o disse. 9Naquele dia se dirá: “Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo 24 (25)
– Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão, que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!
R: Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma.
– Aliviai meu coração de tanta angústia e libertai-me das minhas aflições! Considerai minha miséria e sofrimento e concedei vosso perdão aos meus pecados!
R: Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma.
– Defendei a minha vida e libertai-me; em vós confio, que eu não seja envergonhado! Que a retidão e a inocência me protejam, pois em vós eu coloquei minha esperança!
R: Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma.
Segunda leitura: Romanos 8, 14-23
Leitura da carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos, 14todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá, ó Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros – herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele. 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 25, 31-46
– Aleluia, Aleluia, Aleluia.
– Benditos do Pai, apossai-vos do Reino, que foi preparado bem desde o começo! (Mt 25,34);
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’ 40Então o rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que, todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41Depois o rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. 44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.
– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho por Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja
Sobre a morte de seu irmão, § 6
«Ao ver Maria a chorar e os judeus que a acompanhavam a chorar também, Jesus suspirou profundamente e comoveu-Se» (Jo 11,33)
Porque te chorarei, meu irmão que tanto amava e que me foste tirado […]? Na verdade, a minha relação contigo não desapareceu, apenas se alterou completamente para mim: até agora, era inseparável do corpo, a partir de agora tornou-se inseparável dos sentimentos. Tu permaneces comigo, e permanecerás para sempre. […] O apóstolo Paulo recorda-mo e põe uma espécie de freio à minha dor com as seguintes palavras […]: «Irmãos, não queremos deixar-vos na ignorância a respeito dos que faleceram, para não andardes tristes como os outros, que não têm esperança» (1Tess 4,13). […]
Mas nem todas as lágrimas são um sinal de falta de fé ou de fraqueza. Uma coisa é a dor natural, outra a tristeza que resulta da descrença. […] A dor não é a única a manifestar-se com lágrimas; também a alegria tem as suas lágrimas, também o afeto suscita lágrimas, a palavra rega o solo com lágrimas, e a oração, segundo as palavras do profeta, banha de lágrimas o nosso leito (Sl 6,7). Quando os patriarcas eram sepultados, o seu povo também chorava muito. As lágrimas são, pois, um sinal de afeto e não incitações à dor. Chorei, confesso-o, mas também o Senhor chorou (Jo 11,35); Ele chorou uma pessoa que não era da sua família, eu choro um irmão. Ele, num só homem, chorou todos os homens; e eu chorar-te-ei, meu irmão, em todos os homens.
Foi com a nossa sensibilidade que Cristo chorou, e não com a sua, porque a divindade não tem lágrimas. […] Ele chorou neste homem que tinha «uma tristeza de morte» (Mt 26,38), chorou naquele que foi crucificado, que foi morto, que foi sepultado; chorou neste homem […] nascido da Virgem.
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