Paróquia Santa Luzia

Santo Urbano V

Guilherme de Grimoardo – depois Urbano V, Papa – nasceu em 1310 no castelo de Grisac. Era filho de Guilherme, “Sire de Grisac e doutros lugares”, e de Anfelisa de Montferrant, mulher excelente e cristã notável. Conta-se que, quando Guilherme era menino, agia tão desconcertantemente que a mãe, olhando-o como lhe perscrutando o íntimo, acabava por lhe dizer:

– Meu filho, eu não te entendo, mas Deus te entende.

Depois de ter estudado em Montpelier, e em Tolosa, o jovem procurou os beneditinos de Chirac, priorado que se situava Urbano V..jpgentre Mende e Marvéjols, dondo, mais tarde, passou para São Vítor, “abadia muito ilustre”, em Marselha.

Guilherme de Grimoardo freqüentou os cursos universitários de Mentipellier, Avinhão, Tolosa e Paris. Doutor aos trinta e dois anos, ensinou direito canônico em várias universidades a partir de 1342.

Vigário Geral de Clermont e de Uzes, foi abade de São Germano de Auxerre em 1352 e de São Vítor de Marselha em 1361.

Tendo-lhe sido confiadas por Clemente VI várias legações na Itália, em 1352, 1354, 1360 e 1362, foi neste último ano que soube de sua eleição para dirigir a cristandade. Era 28 de setembro, e Guilherme contava cinqüenta e dois anos.

A 27 de outubro, chegava a Marselha. A 31 do mesmo mês, era intronizado em Avinhão, e, a 6 de novembro, sem nenhuma festividade, foi coroado.

Urbano V continuou a ser o monge pobre, casto, de dias cheios. O Papa rezava missa e orava longamente. Recitadas as pequenas horas, ia para as audiências, onde permanecia até a hora da refeição. Socorrendo os pobres, estudando, lendo, conversando sobre o que lia, sobre os negócios da Igreja, comentando passagens da vida dos santos, seguidamente discorrendo sobre as perenes misérias deste mundo, assim lhe corria o dia. Com o clero, em casa, recitava as matinas. Quando ia para a cama, duro leito incômodo, deitava-se vestido, para fugir do repouso absoluto. Durante a noite, frequentemente, ouviam-no gemer e orar.

A afeição do bem-aventurado Papa para com os pequenos e os humildes, era notável: tudo o que ganhava não lhe parava nas mãos, dava-os aos necessitados. Ao invés de empregar membros da família, colocava nos altos postos somente aqueles que eram merecedores. Grande incentivador dos estudos, a cada passo os favorecia. Costumava dizer:

– Desejo que os homens doutos sejam em grande número na Igreja de Deus.

A Igreja, quando de Bonifácio VIII (1294-1303), proibiu por bula, em 1296, e sob pena de excomunhão, aos monges e clérigos, o pagamento de taxas às autoridades vivis, sem a permissão da Santa Sé.

O rei da França, Filipe, o Belo, repeliu aquela bula e, vendo-se apoiado pela nação, levou a desavença surgida até o insulto, mesmo à violência. Declarada nula a ingerência do Papa em assuntos leigos, mercenários franceses chegaram ao cúmulo de, prendendo o Pontífice, espancarem-no. Bonifácio VIII, quase nonagenário, morreu de dor.

Mais tarde, em 1309, a pouco menos de um ano do nascimento do bem-aventurado, o Papado era transferido para Avinhão, na Provença. Ali permaneceu por setenta anos – o que a Igreja compara com o período do cativeiro da Babilônia – e, desde então, os Papas foram todos franceses. Ditavam-lhes a política os reis da França, daí surgindo certos abusos. Contra eles, Urbano V, incansavelmente, lutou, para que não tomassem corpo. Com efeito, sob o seu pontificado, cercearam-se consideravelmente.

Advogado que pleiteou a causa dos Papas de Avinhão, os quais a história escureceu um tanto, numa época em que a caridade divina parecia menos ativa entre os homens, faleceu o bem-aventurado Urbano V aos 19 de dezembro de 1370, depois de ter reinado em Roma e retornado a Avinhão.

Enterrado em Notre-Dame-des-Doms, depois transferido para São Vítor de Marselha (1372), onde se realizaram inúmeros milagres.

O piedoso Pontífice somente foi beatificado em 1870, por Pio IX: obstou-lhe o andamento do processo o Grande Cisma.

(Vida de Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, p. 347 à 350)

 

 

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Fonte: Santo do Dia – Arautos do Evangelho

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