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Práticas Quaresmais – A Esmola

No tempo da Quaresma, a Igreja nos propõe três práticas penitenciais de extrema importância à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa. Neste tempo, propício à conversão, os cristãos se dedicam de forma mais intensa à oração, à penitência, ao jejum, ao silêncio, à meditação da Palavra e à caridade. Quaresma é tempo favorável para “ordenar a própria vida”  na direção do sonho de Deus para toda a humanidade. Para que este processo de “ordenamento” aconteça, o tempo litúrgico quaresmal nos convida a “considerar” as nossas relações vitais: com Deus, com os outros, com o mundo e consigo mesmo. A vida é um abrir-se aos demais (esmola), um manter-se no mistério de Deus (oração) e ser capaz de ordenar e dirigir a própria existência (jejum). Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Esse deve ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, fazer um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim. No Catecismo da Igreja Católica, a Igreja apresenta as formas de penitência: “A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros. A par da purificação radical operada pelo Batismo ou pelo martírio, citam, como meios de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para se reconciliar com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade «que cobre uma multidão de pecados» (1 Pe 4, 8). (CIC § 1434)” Diante disso, vamos começar uma série de artigos apresentando as práticas quaresmais, começando pela ESMOLA. A esmola, trata-se da caridade fraterna nas suas mais diversas formas: visitar um doente ou idoso, aproximar-se de alguém de quem se está afastado, ajudar material, espiritual ou psicologicamente alguém necessitado, ser mais atento à prática da esmola, sobretudo atendendo bem àqueles que batem à porta de nossa casa, doar sangue, etc. Em resumo, podemos dizer que a prática da esmola pode ser realizada através das obras de misericórdia corporais e espirituais: instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem em dar de comer a quem tem fome, albergar quem não tem teto, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos.  O que a oração pede, o jejum alcança e a esmola recebe. O jejum é a alma da oração, e a esmola é a vida do jejum. Ninguém tente dividi-las porque são inseparáveis. Portanto, quem ora, jejue; e quem jejua, pratique a esmola. Por causa da ganância vemos o mundo numa situação de grande injustiça e miséria para muitos. O nosso Catecismo da Igreja Católica diz: “Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social. (GS. 63,3) Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais do que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. (CIC § 2424).” A fim de combater o apego ao dinheiro e aos bens materiais, a prática da esmola é um grande remédio. A esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus (Catecismo da Igreja Católica 2447). “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos, faça o mesmo” (Lc 3, 11). “Dai antes de esmola do que possuis, e tudo para vós ficará limpo” (Lc 11, 41). O remédio contra a avareza é o “abrir as mãos”, não para receber, mas para dar. Quanto mais apegado você for ao dinheiro, tanto mais deve fazer o exercício de “dar” boas e generosas esmolas… até que as suas mãos aprendam a se abrir sem que o seu coração chore. Exaustivamente a Bíblia fala da importância da esmola: “Quem se apieda do pobre, empresta ao Senhor, que lhe restituirá o benefício”. (Prov 19,17). São Leão Magno dizia que “a mão do pobre é o banco de Deus”. “Dá esmola de teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois, assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti”. (Tob 6,8) O importante é que se dê com alegria e liberdade, certo de estar ajudando o irmão e agradando ao Pai: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração sem tristeza, nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria” (II Cor 9,7) Mas, só terá mérito diante de Deus a esmola dada em silêncio. “Quando, pois, dás esmolas, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas… já receberam a sua recompensa” (Mt 6,2-4):  “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu

Santas Perpétua E Felicidade

Numa perseguição que se desencadeou em Cartago, foram presos nesta cidade cinco catecúmenos, entre os quais uma escrava chamada Felicidade e uma mulher, ainda nova e de posição, chamada Perpétua. A primeira estava grávida de oito meses e a segunda tinha uma criança de peito. Receberam o batismo enquanto estavam presas. Permitiram a Perpétua que levasse consigo o filho para o cárcere. Chegado o interrogatório, ambas confessaram abertamente a fé e foram condenadas a ser lançadas às feras no aniversário do imperador Geta. A mãe foi então separada do seu filhinho. “Deus permitiu que ele não voltasse a pedir o peito e que ela não fosse mais atormentada com o leite”, escreveu Perpétua no diário que foi fazendo até o dia da sua morte. Narra em seguida uma visão em que lhe apareceu seu irmão Dinócrates, ao sair do Purgatório graças às suas orações, e outra em que lhe foi prometida a assistência divina no último combate. Felicidade receava que, devido ao seu estado, não lhe permitissem morrer com a companheira, mas, três dias antes dos espetáculos públicos, deu à luz. Como as dores do parto lhe arrancassem gritos, um dos carcereiros observou-lhe: “Se tu te lamentas já dessa maneira, que será quando fores lançada às feras?”. “Hoje sou eu que sofro, respondeu a escrava; nesse dia, sofrerá por mim Aquele por quem eu sofro”. Deu à luz uma menina que foi adotada por uma mulher cristã. Perpétua e Felicidade entraram alegremente no anfiteatro com os três companheiros. Envolveram-nas numa rede e entregaram-nas às arremetidas duma vaca furiosa. O povo cansou-se depressa de ver torturar as duas jovens mães, uma das quais ia perdendo o leite, e pediu que se acabasse com aquele espetáculo. Abraçaram-se então pela última vez. Felicidade recebeu o golpe de misericórdia impavidamente. Perpétua caiu nas mãos dum gladiador desastrado que falhou o golpe, “tendo-se visto ela própria na necessidade de dirigir contra o pescoço a mão trêmula do gladiador inexperiente”. Estes martírios deram-se na era de 203. Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós! Fonte: Canção Nova Fonte: Santo do dia – Notícias Católicas

Santas Perpétua E Felicidade

Senhora e escrava, Perpétua e Felicidade sofreram a prisão juntas, na fé e na solidariedade, no ano de 203, na África do Norte. O imperador Severo, também de origem africana, havia decretado a pena de morte para os cristãos. Perpétua era de família nobre, filha de pai pagão, tinha vinte e dois anos e um filho recém-nascido. Sua escrava, Felicidade, estava grávida de oito meses e rezava diariamente para que o filho nascesse antes da execução e obteve essa graça. Isso aconteceu num parto de muito sofrimento, dois dias antes de serem levadas à arena, para as feras famintas. Perpétua escreveu um diário na prisão, onde relata todo o sofrimento de que foram vítimas e que figura entre os escritos mais realistas e comoventes da Igreja. Além de descrever os horrores da escuridão e a forma selvagem como eram tratadas no calabouço, ela narrou como seu pai a procurou na prisão, com autorização do juiz, para tentar fazê-la desistir da fé em Cristo e assim salvar sua vida. Mas ambas,  senhora e escrava, mantiveram-se firmes, também como outros seis cristãos que se tornaram seus companheiros no martírio. Elas que ainda não tinham sido batizadas fizeram questão de receber o sacramento na prisão, para reafirmar suas posições de cristãs e, em nenhum momento sequer, pensaram em salvar as vidas negando o cristianismo. Segundo os escritos oficiais que complementam o diário de Perpétua, os homens foram despedaçados por leopardos. Perpétua e Felicidade foram degoladas, depois de atacadas por touros e vacas. Era o dia 07 de março de 203. Perpétua viveu a última hora dando extraordinária prova de amor e de tranquila dignidade. Viu Felicidade ser abatida sob os golpes dos animais, e docemente a amparou e a suspendeu nos braços; depois recompôs o seu vestido estraçalhado, demonstrando um genuíno respeito por ela. Esses gestos geraram na população pagã, um breve momento de comoção piedosa. Mas por poucos segundos, pois a vontade da massa enfurecida prevaleceu, até ver o golpe fatal da degolação. Pelo martírio, Perpétua e Felicidade entram para a Igreja, que as veneram nesse dia com as honras litúrgicas. A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Santo Saturnino. Fonte: Santo do dia – Notícias Católicas

4ª-feira Da 3ª Semana Da Quaresma

1ª Leitura – Dt 4,1.5-9 Cumpri e praticai as leis e decretos.   Leitura do Livro do Deuteronômio 4,1.5-9   Moisés falou ao povo, dizendo:1‘Agora, Israel, ouve as leis e os decretosque eu vos ensino a cumprir,para que, fazendo-o, vivaise entreis na posse da terra prometidaque o Senhor Deus de vossos pais vos vai dar.5Eis que vos ensinei leis e decretosconforme o Senhor meu Deus me ordenou,para que os pratiqueis na terra em que ides entrare da qual tomareis posse.6Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática,porque neles está vossa sabedoriae inteligência perante os povos,para que, ouvindo todas estas leis, digam:‘Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!7Pois, qual é a grande naçãocujos deuses lhe são tão próximoscomo o Senhor nosso Deus,sempre que o invocamos?8E que nação haverá tão grandeque tenha leis e decretos tão justos,como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos?9Mas toma cuidado!Procura com grande zelo não te esqueceresde tudo o que viste com os próprios olhos,e nada deixes escapar do teu coraçãopor todos os dias de tua vida;antes, ensina-o a teus filhos e netos.Palavra do Senhor.   Salmo – Sl 147, 12-13. 15-16. 19-20 (R. 12a)  R. Glorifica o Senhor, Jerusalém! 12Glorifica o Senhor, Jerusalém!*Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!13Pois reforçou com segurança as tuas portas,*e os teus filhos em teu seio abençoou.R.  15Ele envia suas ordens para a terra,*e a palavra que ele diz corre veloz.16ele faz cair a neve como a lã *e espalha a geada como cinza.R.  19Anuncia a Jacó sua palavra,*seus preceitos suas leis a Israel.20Nenhum povo recebeu tanto carinho,*a nenhum outro revelou os seus preceitos.R.   Evangelho – Mt 5,17-19 Aquele que praticar e ensinar os mandamentos, este será considerado grande.   + Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,17-19   Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:17Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas.Não vim para abolir,mas para dar-lhes pleno cumprimento.18Em verdade, eu vos digo:antes que o céu e a terra deixem de existir,nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei,sem que tudo se cumpra.l9Portanto, quem desobedecera um só destes mandamentos, por menor que seja,e ensinar os outros a fazerem o mesmo,será considerado o menor no Reino dos Céus.Porém, quem os praticar e ensinarserá considerado grande no Reino dos Céus.Palavra da Salvação. Fonte: Evangelho do dia – Notícias Católicas