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São Maurício E A Legião Tebana

Não foi São Sebastião o único guerreiro que derramou o sangue pela fé. Na mesma época, sob Diocleciano e Maximiano, houve uma legião inteira de mártires. Foi a legião tebama. Tendo-a mandado vir do Oriente, Diocleciano recebeu-a em Roma e deu-lhe ordens para reunir-se a Maximiano, que marchava contra os bagodos, povos insurretos da Gália belga. Mas o Papa São Casus fez a essa legião outras recomendações mais importantes; pois era inteiramente composta de cristãos. Bem depressa tiveram oportunidade de por em prática as recomendações do Pontífice. Como Maximiano quisesse utilizá-los na perseguição de cristãos, como costumava fazer com outros soldados, eles se recusaram a obedecer-lhe. O imperador detivera-se nos Alpes, num lugar chamado Octodura, hoje Martinac de Valais, a fim de refazer-se das fadigas da viagem; a legião tebana encontrava-se a pequena distância, em Agaune, ao sopé da montanha hoje chamada São Bernardo. Irritado com esse ato de desobediência, Maximiano ordenou que a legião fosse dizimada, e reiterou suas ordens no sentido de obrigar os sobreviventes a perseguirem os cristãos. Ao receberem essa ordem pela segunda vez, os soldados tebanos puseram-se a clamar que prefeririam sofrer qualquer espécie de castigo a fazer a mínima coisa contrária a religião cristã. Maximiano mandou fossem novamente dizimados e os sobreviventes obrigados a obedecer. Mais uma décima parte da legião foi sacrificada, de acordo com a sorte; porém, os restantes se exortaram reciprocamente a perseverarem na confissão. Encorajavam-nos, sobretudo, três oficiais-generais, Maurício, Exupério e Cândido, que lhes propunham o exemplo dos companheiros, aos quais o martírio já conduzira ao céu. Aconselhados por eles, os tebanos enviaram uma representação ao Imperador, cuja substância era a seguinte: “Somos vossos soldados, é verdade; mas também, espontaneamente o confessamos, somos servidores de Deus. Devemos a vós serviço da guerra, e a Ele a inocência; recebemos de vós o salário, e Ele nos deu a vida. Não podemos seguir vossas ordens, se nos levarem a renegar Deus, nosso Criador e nosso Senhor, e também o vosso, queirais ou não. Se não ordenardes coisa alguma que possa ofendê-lo, nós vos obedeceremos, como fizemos até agora; em caso contrário, a ele obedeceremos, de preferência. Nós vos oferecemos nossos braços contra qualquer inimigo; mas consideramos crime mergulhá-los no sangue inocente. Empunhamos armas a favor de nossos concidadãos e não contra eles. Juramo-vos fidelidade; antes disso, porém, juramos fidelidade a Deus: como podeis confiar no segundo juramente, caso violarmos o primeiro? Exigis que procuremos cristãos para supliciá-los? Não tendes necessidade de procurá-los: aqui estamos, confessando Deus, o Pai, Criador de todas as coisas, e seu Filho, Jesus Cristo, que é com Ele um mesmo Deus. Vimos nossos companheiros serem degolados e não os lamentamos; regozijamo-nos pela glória que lhes coube de sofrer por seu Deus e Senhor. Nem essa violência, nem o desespero hão de levar-nos à revolta: temos armas nas mãos e nos revestimos, pois preferimos morrer inocentes a viver culpados. O fogo, os tormentos, a espada, tudo estamos dispostos a enfrentar; mas, cristãos, não podemos perseguir cristãos.” Exasperado pela impotência diante de tanta firmeza, Maximiano ordenou que todos os tebanos fossem mortos, e deu ordens para que as tropas avançassem e os envolvessem, chacinando-os depois. Não ofereceram a menor resistência: baixaram as armas e apresentavam o pescoço aos perseguidores. O solo ficou juncado de cadáveres; correram rios de sangue. Acredita-se que o número dos soldados tebanos se elevava a seis mil e seiscentos, pois de tanto se compunham geralmente as legiões. Um veterano, chamado Vítor, que não pertencia àquela legião, e não mais servia, ao seguir seu caminho, viu-se diante dos que haviam trucidado os mártires, e que se regozijavam, enquanto lhes compartilhavam os despojos. Convidaram o recém-chegado a comer em companhia deles e depois lhe indagaram se também era cristão. Vítor respondeu que era, e que sempre o seria: imediatamente investiram contra ele e o mataram. Outros soldados da mesma legião, foram mortos alhures. Podem citar-se vários outros mártires célebres vitimados durante as excursões que Maximiano fez às Gálias, não apenas contra os bagodos, mas também contra o partido de Carause. Era este um grande capitão, que recebera a incumbência de conservar o mar, nas costas da Bélgica e da Armórica, livre das incursões dos francos e saxões e que depois se tornara suspeito, revoltara-se e apoderara-se da Grã-Bretanha, onde permaneceu durante sete anos. Em Nantes, na Armórica, podemos citar São Donaciano e São Rogaciano, dois irmãos de ilustre nascimento, Donaciano era o mais moço; mas foi o primeiro a converter-se e, depois de receber o batismo, começou a trabalhar pela conversão dos companheiros, o que sensibilizou o irmão mais velho, que também fez questão de tornar-se cristão. Pediu a Donaciano para ser batizado antes do início da perseguição para que esta não o surpreendesse pagão ou catecúmeno. Mas a ausência do bispo, que fugira, impossibilitou que ele recebesse o batismo, Contudo, tendo chegado à cidade o governador que perseguia os cristãos, Donaciano foi denunciado sob a acusação de ter desviado seus companheiros, e particularmente seu irmão, do culto dos deuses. O governador mandou-o vir à sua presença: Donaciano confessou com santa altivez e foi lançado ao cárcere com ferro nos pés. Tendo Rogaciano também comparecido perante o Imperador, a princípio este lhe falou com brandura, tentando conquistá-lo com promessas; vendo-o, porém tão firme quanto o irmão, também deu ordens para que o atirassem ao cárcere. Afligia os dois irmãos acima de tudo o fato de Rogaciano ainda não ter sido batizado, pois no dia seguinte ambos enfrentariam a morte. Donaciano fez esta prece na intenção do outro: “Senhor Jesus Cristo, vós, para quem os desejos sinceros igualam os efeitos, vós que, deixando-nos a vontade, reservastes para vós o poder, permiti que a fé pura de Rogaciano lhe sirva de batismo; e, se acontecer que o prefeito nos mande matar amanhã, como decidiu, permiti que o sangue de vosso servidor seja para ele uma ablução e uma unção sacramental!” Tendo velado e orado durante a noite inteira, no dia seguinte foram conduzidos perante o tribunal do prefeito, e

Evangelho Do Dia 2018-09-22

Sábado, 22 de Setembro de 2018. Santo do dia: Santa Salaberga, abadessaCor litúrgica: verde Evangelho do dia: São Lucas 8, 4-15 Primeira leitura: Coríntios 15, 35-37.42-49Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: Irmãos: 35Alguém perguntará? Como ressuscitam os mortos? 36Insensato! O que semeias, não nasce sem antes morrer. 37E, quando semeias, não semeias o corpo da planta, que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou de alguma outra planta. 42Pois assim será também a ressurreição dos mortos. Semeia-se em corrupção e ressuscita-se em incorrupção. 43Semeia-se em ignomínia, e ressuscita-se em glória. Semeia-se em fraqueza, e ressuscita-se em vigor. 44Semeia-se um corpo animal, e ressuscita-se um corpo espiritual. Se há um corpo animal, há também um espiritual. 45Por isso está escrito: o primeiro homem, Adão, ‘foi um ser vivo’. O segundo Adão é um espírito vivificante. 46Veio primeiro não o homem espiritual, mas o homem natural; depois é que veio o homem espiritual. 47O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do céu. 48Como foi o homem terrestre, assim também são as pessoas terrestres; e como é o homem celeste, assim também vão ser as pessoas celestes. 49E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste. – Palavra do Senhor – Graças a Deus Salmo 55 (56) – Meus inimigos haverão de recuar em qualquer dia em que eu vos invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo!   R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida.   – Confio em Deus e louvarei sua promessa; é no Senhor que eu confio e nada temo: que poderia contra mim um ser mortal?   R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida.   – Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz, e vos oferto um sacrifício de louvor, porque da morte arrancastes minha vida e não deixastes os meus pés escorregarem, para que eu ande na presença do senhor, na presença do Senhor na luz da vida.   R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida. Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8, 4-15 – Aleluia, Aleluia, Aleluia.– Felizes os que observam a Palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15); Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas: Naquele tempo: 4Reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola: 5’O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um.’ Dizendo isso, Jesus exclamou: ‘Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.’ 9Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. 10Jesus respondeu: ‘A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam. 11A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo, são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança. – Palavra da Salvação– Glória a Vós, Senhor Comentário ao Evangelho por São João Maria Vianney, presbítero, Cura de ArsSermão «Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um» Se me perguntais o que quer Jesus Cristo dizer com este semeador que saiu manhã alta para ir lançar a semente no seu campo, meus irmãos, [digo-vos que] o semeador é o bom Deus, que começou a trabalhar na nossa salvação logo no princípio do mundo, enviando-nos os profetas antes da vinda do Messias para nos ensinar o que é necessário para sermos salvos. E não Se contentou em enviar os seus servos mas veio Ele mesmo, indicou-nos o caminho que devíamos seguir e veio anunciar-nos a palavra sagrada. Sabeis como é uma pessoa que não se alimenta desta palavra sagrada? […] É semelhante a um doente sem médico, a um viajante perdido e sem guia, a um pobre sem recursos. É completamente impossível, meus irmãos, amar a Deus e agradar-Lhe sem nos alimentarmos desta divina palavra. O que nos permitirá agarrarmo-nos a Ele, a não ser o conhecimento que temos dele? E quem no-l’O dá a conhecer, com todas as suas perfeições, a sua beleza e o seu amor por nós, a não ser a palavra de Deus, que nos ensina tudo o que Ele fez por nós e todos os benefícios que nos preparou na outra vida? The post Evangelho do dia 2018-09-22 appeared first on Arautos do Evangelho. Fonte: Evangelho Diário – Arautos do Evangelho