Leitura do livro do Gênesis – O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim’?” E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim nós podemos comer. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário morrereis’”. A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira. – Palavra do Senhor.
Piedade, ó Senhor, tende piedade, / pois pecamos contra vós.
1. Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! / Na imensidão de vosso amor, purificai-me! / Lavai-me todo inteiro do pecado / e apagai completamente a minha culpa! – R.
2. Eu reconheço toda a minha iniquidade, / o meu pecado está sempre à minha frente. / Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei / e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! – R.
3. Criai em mim um coração que seja puro, / dai-me de novo um espírito decidido. / Ó Senhor, não me afasteis de vossa face / nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! – R.
4. Dai-me de novo a alegria de ser salvo / e confirmai-me com espírito generoso! / Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, / e minha boca anunciará vosso louvor! – R.
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos – Irmãos, consideremos o seguinte: o pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram]. Na realidade, antes de ser dada a lei, já havia pecado no mundo. Mas o pecado não pode ser imputado quando não há lei. No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão – o qual era a figura provisória daquele que devia vir. Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos. Também, o dom é muito mais eficaz do que o pecado de um só. Pois a partir de um só pecado o julgamento resultou em condenação, mas o dom da graça frutifica em justificação a partir de inúmeras faltas.
Por um só homem, pela falta de um só homem, a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom gratuito e superabundante da justiça. Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. Com efeito, como, pela desobediência de um só homem, a humanidade toda foi estabelecida numa situação de pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça. – Palavra do Senhor.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, depois disso, teve fome. Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”. Então o diabo levou Jesus à cidade santa, colocou-o sobre a parte mais alta do templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!’” Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória e lhe disse: “Eu te darei tudo isso se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai-te embora, satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto’”. Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus. – Palavra da salvação.
Depois de passar quarenta dias de jejum no deserto (os números são simbólicos), Jesus teve fome. Diante da necessidade e da fraqueza, o Diabo/tentador aproveitou para pô-lo à prova. Esses quarenta dias relembram os quarenta anos de Israel no deserto, em busca da terra. Enquanto Israel sucumbiu às tentações, Jesus as enfrenta e as supera, iluminado e fortalecido pela Palavra de Deus. O evangelista apresenta três tentações, que são como que a síntese dos desafios que a pessoa (também Jesus) tem de enfrentar ao longo da vida. Fazendo um paralelo com a primeira leitura: Adão, vivendo num jardim de delícias, sucumbiu e disse “não” a Deus; Jesus, num deserto de desafios (sem água e comida), resistiu e disse “sim” a Deus. A recusa a Deus (o pecado) acontece num ambiente de delícias e prazeres; a aceitação de Deus (a salvação) se concretiza na renúncia e nos desafios. Diante das provações, Jesus não aceita manipular a Deus nem busca privilégios.
Fonte: Evangelho do dia – Notícias Católicas