Foi em clima de oração que a paróquia Santa Luzia viveu a Festa da Misericórdia, no dia 8 de abril, segundo domingo após a Páscoa. O retiro espiritual começou na parte da manhã e terminou com a Santa Missa, celebrada pelo pároco, padre Robert Chrząszcz. Durante todo o dia, a comunidade pôde aprofundar a mensagem de Santa Faustina e a devoção à Divina Misericórdia.
A irmã polonesa Hieronima Kuta, da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia no Brasil, a mesma da qual Santa Faustina fez parte, conduziu a primeira palestra do dia, que foi traduzida pelo pároco, que também é polonês. A freira contou detalhes da história de Santa Faustina, ressaltando a importância de espalhar a mensagem da misericórdia para o mundo inteiro.
“No contexto histórico, a mensagem da misericórdia revelada por Jesus era de extrema importância – sobretudo para os poloneses – porque um ano depois começou a Segunda Guerra Mundial, devastando todo o continente Europeu. Durante a guerra os soldados costuravam uma estampa de Jesus Misericordioso no peito, pedindo proteção. Quando a paz reinou, surgiram muitos testemunhos de combatentes que foram salvos. Além disso, muitos padres sobreviveram nos campos de concentração”.
“Jesus Misericordioso falou a Santa Irmã Faustina: “mando você com a minha mensagem ao mundo inteiro”, e ela se preocupava como ia cumprir essa missão, já que na época, a comunicação não era difundida em tempo real como hoje. E Jesus dizia isso porque a misericórdia é como uma âncora jogada ao ser humano, que pode ser usada a qualquer momento. É um resumo do Evangelho”, frisou.
Há pouco mais de um ano no Rio, irmã Hieronima revelou que a mensagem da Divina Misericórdia é de extrema importância para o Brasil. Para ela, será através da força da oração que a situação no país irá mudar.
“Existem aqui muitas pessoas perdidas espiritualmente, fisicamente, materialmente e moralmente, que precisam da Misericórdia Divina. Agora que vejo as situações de perto, sei que a única esperança de mudança e transformação para o país está na Misericórdia Divina; e hoje é um tempo propício para recorrer a misericórdia de Deus”.
Hora da Misericórdia
“Às três horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia”. (Diário, 1320)
Conduzido pela devota da misericórdia Lilian Esteves e pela irmã Hieronima, o terço da misericórdia foi recitado diante do Santíssimo Sacramento, às 15h. Entre uma dezena e outra, a comunidade pôde cantar e agradecer a Jesus Sacramentado pela Festa da Misericórdia.
Os fiéis ainda puderam venerar as relíquias de Santa Faustina e São João Paulo II, que permaneceram no altar.
No cantinho da criança, os pequenos puderam rezar, brincar e fazer novas amizades. Marcos Vinícius Conceição Couto, de oito anos, contou que aprendeu a rezar o terço da misericórdia e brincou bastante.
Pela primeira vez em um retiro, a mãe do menino, Débora Santos, declarou que o dia foi maravilhoso. “Deus é amor e a Misericórdia Dele é maior que tudo; preenche qualquer vazio que a gente possa ter”.
Maria Anunciada Andrade, membro do grupo de oração da paróquia, fez uma breve partilha sobre a passagem bíblica da Samaritana. Ela destacou que a divina misericórdia deseja nos alcançar, assim como fez com essa mulher do Evangelho.
“Quando Jesus olhou para a samaritana, ela foi seduzida pela divina misericórdia. Cristo provocou o amor misericordioso na vida daquela mulher; a olhou com compaixão, diferente da maneira que os outros homens a olhavam. Naquele dia, ela se encontrou com o esposo eterno. E hoje Jesus nos olha com um olhar misericordioso, nos chama a conversão. Precisamos responder a Cristo, dando testemunho para o mundo, sendo misericordiosos com os outros”.
Santa Missa: o ápice do retiro
Na Santa Missa, padre Robert relacionou o Evangelho do dia, onde São Tomé diz: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20,25), com a mensagem de Jesus misericordioso.
“Debaixo do quadro de Jesus misericordioso está escrito: “Jesus, eu confio em vós”, porque somente quando confiamos as coisas dão certo. Muitas vezes, porém, falamos essa frase desconfiando, como São Tomé hoje no Evangelho. Nesta perspectiva, Santa Faustina é um exemplo de pessoa que confiou sem medo e com um coração de criança”.
Ele ainda explicou que a confiança em Deus precisa ser vivida sem reservas.
“Sabemos que no mundo de hoje precisamos desconfiar de muitas situações, mas com Deus é diferente. Eu preciso confiar que Jesus Cristo é o único que tem poder sobre a minha vida e o mundo inteiro. Se queremos ser vencedores como Santa Faustina, São João Paulo II e tantos outros santos, precisamos nos aproximar da misericórdia de Deus reconhecendo os nossos pecados. Jesus é misericordioso e não quer lembrar das nossas falhas e misérias, Ele procura nos dar uma nova vida através do Espírito Santo”.
Ao final da Santa Missa, padre Robert abençoou os quadros de Jesus misericordioso, para que fossem posteriormente entronizados nos lares. Em seguida, os paroquianos se dirigiram ao pátio, onde a vida de Santa Faustina foi retratada em uma bonita encenação, organizada pelo Grupo de Teatro São João Paulo II.
A jovem Maiara da Silva Lima, de 16 anos, interpretou a patrona da misericórdia e ficou muito emocionada com a oportunidade.
“Confiamos inteiramente na misericórdia divina para fazer essa peça, e graças a Jesus Misericordioso deu tudo certo. O mundo de hoje precisa saber que ainda há esperança! Que a vida não é só isso que a gente vê nos jornais. Existe a misericórdia e a Igreja para nos salvar”.
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