História Da Festa Do Imaculado Coração De Maria
A festa do Imaculado Coração de Maria é celebrada no primeiro sábado após a festa do Sagrado Coração de Jesus, sendo uma festa móvel no calendário litúrgico, e tem uma história de devoção muito antiga até ser realmente oficializada como festa pela Igreja. A devoção a Virgem Maria é bastante antiga, desde antes do nascimento da Igreja como a conhecemos em Pentecostes Nosso Senhor Jesus Cristo nos deu Maria como mãe (Jo, 19,26). Naquele momento o Imaculado Coração de Maria sofria por nós, assim como o Sagrado Coração de Jesus. É sempre lembrando deste coração que sofre por nós e intercede por nós junto a seu filho que devemos celebrar esta festa. Apesar da devoção ser antiga a aprovação de celebração pela primeira vez do culto ao Imaculado Coração de Maria ocorreu em 1648 quando São João Eudes conseguiu a aprovação do bispo de Autun, na França, para celebrar. No século XIX houve grandes avanços a devoção, com a Igreja mostrando-se favorável a celebração no mundo inteiro, sendo que em 1805 o Papa Pio VII concedeu autorização de celebração da festa a todas as dioceses e congregações que o pedia. Por fim, em 1855 o Papa Pio IX aprovou a Missa e Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. Porém a devoção se propagou ainda mais após as aparições de Nossa Senhora em Fátima aos três pastorinhos. Foram 6 aparições, todas no dia 13, começando em 13 de maio. A mensagem de Nossa Senhora em Fátima possui várias menções ao seu Imaculado Coração e, principalmente, em reparação às ofensas cometidas contra ele e o Sagrado Coração de Jesus. Os pastorinhos foram questionados por Nossa Senhora se eles estavam dispostos a sofrer em reparação às ofensas praticadas contra Deus, e eles aceitaram. A Virgem Maria, responde então: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto” São Francisco e Santa Jacinta Marto, quando faziam penitência por si mesmos como reparação aos pecados do mundo, sofriam muito em suas vidas. Ambos viveram em meio a Primeira Guerra Mundial e, por fim, foram vítimas de um pandemia, mas eles entregaram tudo isto ao Imaculado Coração de Maria e agora vivem na glória onde não sofrem mais. Esta resposta que a Virgem Maria deu aos três pastorinhos pode se aplicar a nós também, se abrirmos o nosso coração. Foram muitos os pedido da Santíssima Virgem para evitar os castigos que a humanidade estava ameaçada de sofrer caso continuasse a ofender o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. Ela mostrou aos pastorinhos o seu coração, trespassado de espinhos por causa dos pecados da humanidade e pediu para que se rezasse o terço todos os dias em desagravo a essas chagas. Também pediu que se praticasse a devoção dos cinco primeiros sábados. Nossa Senhora também pediu que a Rússia, especialmente, fosse consagrada ao seu Imaculado Coração. Para entender este pedido expresso da Virgem Maria, é necessário entender o contexto histórico, onde não muito mais tarde, se viu o avanço do comunismo na Rússia, levando muito sofrimento a humanidade durante todo o século XX. O Papa Pio XII consagrou a Igreja e todo o gênero humano ao Imaculado Coração de Maria em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, três anos mais tarde foi estendida a festa para toda a Igreja. Seguindo a mensagem de Fátima devemos propagar cada vez mais essa devoção e rezar sempre o terço em reparação pelos nossos pecados e da humanidade. Por fim, não nos esqueçamos, principalmente neste tempo de provação o que Nossa Senhora de Fátima disse aos pastorinhos. “Por fim, meu Imaculado Coração, triunfará.” Não há dúvidas de que a Virgem Maria já venceu, permaneçamos com ela para também desfrutar do triunfo de seu Imaculado Coração. Oração de consagração ao Imaculado Coração de Maria “Santíssima Virgem Maria, movido pelo ardente desejo de amar-vos como Mãe querida e promover uma terna devoção ao Vosso Imaculado Coração, digníssimo de todo amor e veneração e tão transpassado de dor pelas blasfêmias e ingratidões dos homens, humildemente me prostro ao vossos pés e consagro ao vosso coração doloroso e imaculado para sempre: meu corpo, minha alma, minha vida, meu coração e todo o meu ser. Aceitai, Mãe amorosíssima, esta consagração e guardai-me sempre em vosso coração materno. Ó, minha terna Mãe, em vós confio, quero amar-vos sempre mais e servir-vos com toda felicidade. Abençoai-me, protegei-me e preservai-me de todo o mal. Amém!” Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
O Que Podemos Aprender Com A História Da Igreja Em Relação A Desastres?
Nestes tempos difíceis em que estamos vivendo, onde estamos combatendo o novo coronavírus (COVID-19), com as autoridades recomendando o isolamento social dentro de nossas casas, não é difícil ficar desolado e ter pensamentos negativos. Afinal, nem mesmo na igreja estamos podendo ir, para ter aquele momento de paz e consolação na Santa Missa, ou em frente ao sacrário. O sentimento mais perigoso nestes momentos é a solidão, se sentir sozinho e sem amparo. É nestes momentos que devemos lembrar das palavras de Jesus Cristo: “…Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt. 28,20). Estas são as últimas palavras do Evangelho de São Mateus. Não é por acaso, Jesus quer que nos lembremos sempre desta verdade: Ele estará sempre conosco. Até nos momento mais difíceis, e estes não faltaram durante os mais de 2000 anos de história da Igreja. Em primeiro lugar temos o Nosso Senhor Jesus Cristo, que sofreu por todos nós na cruz, ele foi abandonado por seus amigos, esbofeteado e escarrado, chicoteado, coroado com espinhos, o povo, que dias antes louvava-o na entrada em Jerusalém, agora escolhia Barrabás ao invés dele e gritavam “Crucifica-o!“. Ele carregou os nossos pecados na cruz e morreu na cruz, não há desgraça maior. Porém, desta desgraça Nosso Senhor Jesus Cristo retirou a graça infinita, a nossa salvação, retirando os grilhões que nos prendia a condenação eterna. Ele ressuscitou, e com isso nos deu vida! Como Aquele que realizou isto tudo não pode curar as nossas misérias aqui na Terra? Mesmo após a ressurreição, os discípulos, com medo dos judeus, se trancaram no lugar onde se encontravam, mas lá Jesus apareceu a eles dizendo “A paz esteja convosco!” (Jo. 20,19). Nós agora, também, por medo de uma ameaça menos visível que os judeus estamos trancados, amedrontados em nossas casas. Rezemos com fé, com os nossos familiares e o próprio Jesus virá no seu meio para lhe dizer “A paz esteja convosco!”. Nunca estamos sozinhos, pois ele está sempre conosco, nos dando a paz necessária para enfrentar qualquer tipo de dificuldade. Após o Espírito Santo descer sobre os apóstolos em Pentecostes, não havia mais dúvidas e medos na mente dos apóstolos, somente o Cristo e a vontade de anunciar a Boa Nova. Porém, mesmo assim não faltou provações para os cristãos nos primeiros séculos, com as perseguições aos cristãos pelo Império Romano houve um grande número de mártires neste período. O Império Romano era tolerante às outras religiões, que eram flexíveis às exigências do império de culto ao imperador e aos deuses romanos. Os cristãos não aceitavam cultuar e adorar outro Deus que não fosse o verdadeiro Deus, na pessoa de Seu filho, Jesus Cristo. Assim, eles foram perseguidos, torturados, decapitados, jogados às feras, entre outros sofrimentos inenarráveis. O martírio de São Pedro é especialmente emblemático, sendo o primeiro papa nomeado por Nosso Senhor Jesus Cristo em pessoa. Ele e São Paulo foram martirizados no Circo de Nero. Nero foi especialmente cruel com os cristãos, jogando sobre os cristãos a culpa de um incêndio na cidade de Roma e inaugurou a tortura e morte de cristãos como espetáculo, durante o Século I. São Pedro foi martirizado crucificado de cabeça para baixo, já que ele não se achava digno de morrer como o seu Mestre e Senhor. Hoje, a Cidade do Vaticano está construída onde era o Circo de Nero, o obelisco na Praça de São Pedro é mesmo que estava naquele circo nefasto. É também onde, segundo a tradição, São Pedro está enterrado, cumprindo o que Nosso Senhor disse: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão sobre ela.” (Mt. 16,18). O período da Igreja Nascente, apesar de muitos martírios, foi o período mais frutífero da Igreja. Muitas pessoas sem convertiam por verem a coragem dos cristãos de não renegarem sua fé em Cristo ou até mesmo por graças extraordinárias como saírem ilesos de morte na fogueira, entre outros. As missas eram literalmente rezadas sobre o túmulo dos mártires, mas a comunidade da Igreja não perdia sua fé e esperança em Nosso Jesus Cristo. É assim que devemos refletir sobre esta pandemia, Deus não permite algo ruim se disto não poder tirar uma graça ainda maior, portanto tenhamos confiança em dias melhores e aproveitemos este momento para renovamos nossa fé em Nosso Senhor Jesus Cristo rezando com os nossos familiares em casa. Nossa Senhora da Esperança, rogai por nós!
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