Práticas Quaresmais – A Oração
A quaresma é o tempo favorável para a oração, pois só vivendo uma vida de oração nós iremos compreende a vontade de Deus para nossa vida, e assim, amar a sua vontade. De Deus nós viemos e para ele voltaremos. Necessitamos cada vez mais de nos colocarmos na sua presença e manter nosso contato de intimidade. Deus nos convida a uma vida de entrega, e em Jesus ele se revela como um Pai amoroso que quer cada vez mais a presença de seus filhos e filhas. Para finalizar a série de artigos sobre as práticas Quaresmais, vamos falar sobre a principal delas: A ORAÇÃO. Nenhuma prática Quaresmal (como o Jejum ou a Esmola) tem sentido sem a oração. O principal exercício da fé é a oração, e portando nenhuma prática religiosa é eficaz sem um relacionamento direto com Deus. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, quando define Oração, diz: “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus de bens conformes à sua vontade. Ela é sempre dom de Deus, que vem ao encontro do homem. A oração cristã é relação pessoal e viva dos filhos de Deus com o seu Pai infinitamente bom, com seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo, que habita no coração deles.” (Compêndio, 534) Ou ainda, no Catecismo da Igreja Católica, a citação de uma frase de Santa Teresinha do Menino Jesus: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria.” (Santa Teresinha do Menino Jesus) Santo Afonso Maria de Ligório no seu livro “A Oração” nos ensina 3 coisa sobre a Oração: A NECESSIDADE DA ORAÇÃO: “Quem reza, certamente se salva e quem não reza, certamente será condenado. Todos os bem-aventurados, exceto as crianças, salvaram-se pela oração. Todos os condenados se perderam, porque não rezaram. Se tivessem rezado, não se teriam perdido. E este é e será o maior desespero no inferno: o poder ter alcançado a salvação com facilidade, pedindo a Deus as graças necessárias. E, agora, esses miseráveis não têm mais tempo de rezar.” (nº 28) 2. O VALOR DA ORAÇÃO: “Como são preciosas a Deus as nossas orações! São tão preciosas a Deus as nossas orações que Ele destinou os Anjos para lhe apresentarem imediatamente as que estamos fazendo. “Os anjos, diz Santo Hilário, presidem as orações dos fiéis e diariamente as oferecem a Deus”. (nº 1) 3. AS CONDIÇÕES DA ORAÇÃO: “Peçamos as graças necessárias à salvação; porque a promessa divina não foi dada para os bens temporais, que não são necessários salvação da alma. Diz Santo Agostinho, explicando as palavras do Evangelho, em meu nome, acima citadas, que “não se pede em nome do Salvador o que é contrário aos interesses de nossa salvação”. (nº5) A oração deve ser: HUMILDE CONFIANTE PERSEVERANTE ATENTA Até quando devemos rezar? Responde Santo Afonso: “Devemos rezar sempre, até que nos seja proferida a sentença tão auspiciosa da salvação eterna, isto é, até a hora de nossa morte. “Não desistas até receberes”. E ajunta que quem disser: “Não deixarei de rezar até que me salve”, certamente se salvará.” (nº38) Se essa obrigação de uma vida de oração é tão importante durante toda vida, quanto mais no período da Quaresma, que nos prepara para celebrar a Santa Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que possamos aproveitar esse tempo quaresmal para intensificar as nossas orações e nos unir cada vez mais a Cristo, a fim de crescer na fé, na esperança e no amor a Deus! Para aprofundar o tema da ORAÇÃO, veja esse vídeo de Dom Henrique Soares, bispo da diocese de Palmares-PE Uma Feliz e Santa Quaresma! Salve Maria! Fonte: https://formacao.cancaonova.com/diversos/quaresma-oracao-jejum-e-esmola/
Práticas Quaresmais – A Esmola
No tempo da Quaresma, a Igreja nos propõe três práticas penitenciais de extrema importância à tradição bíblica e cristã – a oração, a esmola, o jejum – a fim de nos predispormos para celebrar melhor a Páscoa. Neste tempo, propício à conversão, os cristãos se dedicam de forma mais intensa à oração, à penitência, ao jejum, ao silêncio, à meditação da Palavra e à caridade. Quaresma é tempo favorável para “ordenar a própria vida” na direção do sonho de Deus para toda a humanidade. Para que este processo de “ordenamento” aconteça, o tempo litúrgico quaresmal nos convida a “considerar” as nossas relações vitais: com Deus, com os outros, com o mundo e consigo mesmo. A vida é um abrir-se aos demais (esmola), um manter-se no mistério de Deus (oração) e ser capaz de ordenar e dirigir a própria existência (jejum). Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Esse deve ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, fazer um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim. No Catecismo da Igreja Católica, a Igreja apresenta as formas de penitência: “A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros. A par da purificação radical operada pelo Batismo ou pelo martírio, citam, como meios de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para se reconciliar com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade «que cobre uma multidão de pecados» (1 Pe 4, 8). (CIC § 1434)” Diante disso, vamos começar uma série de artigos apresentando as práticas quaresmais, começando pela ESMOLA. A esmola, trata-se da caridade fraterna nas suas mais diversas formas: visitar um doente ou idoso, aproximar-se de alguém de quem se está afastado, ajudar material, espiritual ou psicologicamente alguém necessitado, ser mais atento à prática da esmola, sobretudo atendendo bem àqueles que batem à porta de nossa casa, doar sangue, etc. Em resumo, podemos dizer que a prática da esmola pode ser realizada através das obras de misericórdia corporais e espirituais: instruir, aconselhar, consolar, confortar, são obras de misericórdia espirituais, como perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem em dar de comer a quem tem fome, albergar quem não tem teto, vestir os nus, visitar os doentes e os presos, sepultar os mortos. O que a oração pede, o jejum alcança e a esmola recebe. O jejum é a alma da oração, e a esmola é a vida do jejum. Ninguém tente dividi-las porque são inseparáveis. Portanto, quem ora, jejue; e quem jejua, pratique a esmola. Por causa da ganância vemos o mundo numa situação de grande injustiça e miséria para muitos. O nosso Catecismo da Igreja Católica diz: “Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social. (GS. 63,3) Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais do que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz à idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. (CIC § 2424).” A fim de combater o apego ao dinheiro e aos bens materiais, a prática da esmola é um grande remédio. A esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus (Catecismo da Igreja Católica 2447). “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos, faça o mesmo” (Lc 3, 11). “Dai antes de esmola do que possuis, e tudo para vós ficará limpo” (Lc 11, 41). O remédio contra a avareza é o “abrir as mãos”, não para receber, mas para dar. Quanto mais apegado você for ao dinheiro, tanto mais deve fazer o exercício de “dar” boas e generosas esmolas… até que as suas mãos aprendam a se abrir sem que o seu coração chore. Exaustivamente a Bíblia fala da importância da esmola: “Quem se apieda do pobre, empresta ao Senhor, que lhe restituirá o benefício”. (Prov 19,17). São Leão Magno dizia que “a mão do pobre é o banco de Deus”. “Dá esmola de teus bens, e não te desvies de nenhum pobre, pois, assim fazendo, Deus tampouco se desviará de ti”. (Tob 6,8) O importante é que se dê com alegria e liberdade, certo de estar ajudando o irmão e agradando ao Pai: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração sem tristeza, nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria” (II Cor 9,7) Mas, só terá mérito diante de Deus a esmola dada em silêncio. “Quando, pois, dás esmolas, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas… já receberam a sua recompensa” (Mt 6,2-4): “Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu. Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu
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