No princípio Deus nos criou não simplesmente pelo desejo de criar, mas sim por amor. Deus quer construir uma Aliança de Amor conosco e falar através de nós. Com o pecado original perdermos essa Aliança com o Senhor e passamos também e criar certos equívocos em relação ao culto e adoração ao Senhor. Como se o culto e a adoração ao Senhor fosse um sistema de troca onde Deus sustenta o mundo e nós sustentamos Deus através do culto e adoração.
O significado correto do culto ao Senhor é o de doar-se e responder ao Senhor pelo seu amor, já que ele nos amou primeiro e continua no amando. Damos esta resposta através do culto envolvido em uma liturgia. Reconhecemos o amor de Deus para conosco, e louvamos e glorificamos a Deus através da adoração. É a partir do culto e adoração ao Senhor que o ser humano é santificado e ganhar a salvação, tendo uma perfeita intimidade com Deus.
Porém, outro equívoco é quanto ao significado de sacrifício, que está incluído nos cultos a Deus desde o Antigo Testamento, onde eram sacrificados animais para a expiação dos pecados. O sacrifício no qual estamos acostumados é a entrega de algo precioso para nós, algo que não queremos dar, mas acabamos dando em sacrifício. O verdadeiro sentido de sacrifício é a doação de seus dons ao Senhor com o intuito de se reunir novamente com o Senhor. O verdadeiro sacrifício não é quando destruo o que tenho de mais precioso, mas quando eu saio da minha zona de conforto para me unir ao Senhor, saímos deste estado de separação.
Assim, o objetivo da liturgia é a santificação do ser humano através desse verdadeiro sacrifício. Como dito antes, há a prefiguração da liturgia que temos hoje no Antigo Testamento. Por nós mesmos não conseguimos nos reunificar a Deus, somente o próprio Senhor pode reestabelecer este relacionamento. No Antigo Testamento, sabendo que não tinha a capacidade de se reconciliar, ele busca substituir para achar uma forma de “agradar” ao Senhor, através de sacrifícios de animais, porém isso não reconciliava a aliança no Senhor.
Porém, em vários momentos Deus prefigura o verdadeiro sacrifício, o sacrifício de Cristo na cruz, no Antigo Testamento: como no sacrifício de Isaac que Abraão quase realizou, sendo impedido por Deus e dado um cordeiro macho para ser sacrificado no lugar de Isaac, também na Páscoa no Êxodo, antes do libertação do povo de Israel do Egito, onde cordeiros machos e sem mancha também foram sacrificados para livrar o povo de Israel da morte dos primogênitos. Também o Senhor coloca claramente a dúvida a eficácia dos sacrifícios feitos até então:
Samuel replicou-lhe: “Acaso o Senhor se compraz tanto nos holocaustos e sacrifícios como na obediência a sua voz? A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão vale mais que a gordura dos carneiros.” (1Sm 15,22)
Assim, Deus preparou o seu povo para o verdadeiro sacrifício, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É somente através daquele que obedeceu e se submeteu a Deus até a morte e morte de Cruz, que podemos corresponder ao amor de Deus. Vemos esta correspondência claramente na Igreja e na Santa Missa: Deus Pai por Cristo em seu sacrifício pascal no Espírito Santo santifica a Igreja, que santifica o mundo, que por sua vez, pelo Cristo e pela efusão do Espírito Santo dá glória ao Pai.
Por isso, devemos participar da Santa Missa de forma plena, e não somente assistindo ou “esquentando o banco da igreja”, somo coparticipantes da Santa Missa juntamente com toda a Igreja, terrena e celestial, com todos os anjos e santos, celebrando a renovação do verdadeiro e prefeito sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Santa Missa é o mais próximo que chegamos de uma adoração perfeita a Deus.
Conhecendo agora um pouco mais da origem e da espiritualidade da Santa Missa, nas próximas semanas serão explicadas as diferentes partes da Santa Missa e como elas se inserem nesta espiritualidade do sacrifício perfeito de Cristo. A Catequese Online é transmitida toda terça-feira às 20 horas. Reveja através desse link a catequese desta semana!
Santo Padre Pio de Pietrelcina, rogai por nós!