Mês Das Missões: Missão Paroquial
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) “Ide e fazei discípulos entre as nações!” (Mt 28,19) Com essas palavras, Nosso Senhor Jesus Cristo faz o mandato de levar o evangelho para todos os povos. Evangelizar não é portanto um “favor”, mas uma obrigação, um mandado, uma ordem dado pelo Cristo, a todos aqueles que receberam as sementes da fé. O próprio São Paulo disse: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). Mas esse mandato não nasce somente por obrigação, mas da gratidão que nasce na nossa alma quando reconhecemos que Jesus, Verbo Eterno, Deus verdadeiro, se fez homem; viveu, sofreu, morreu na cruz e ressuscitou por amor a cada um de nós. Ele pagou, com o preço do seu preciosíssimo sangue, a ofensa do pecado da humanidade. A gratidão que deve nascer em nós quando nos damos conta dessa verdade, nos impulsionar a levar esse grande presente aos outros. Alguém que verdadeiramente recebeu a fé em Cristo, nunca se satisfaz em viver a sua fé sozinho, mas quer levar aos outros! É com esse chamado de levar o evangelho a toda criatura que a Igreja dedica o mês de outubro às missões. Mas o que são as missões? O que é ser missionário? As missões são todas as ações da Igreja para evangelizar e levar todos os povos à fé católica. Missionário é todo discípulo de Cristo, membro da Igreja, que participa dessa missão da Igreja de levar a fé aos povos. Por que a Igreja deve anunciar o Evangelho a todo o mundo? “Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim 2, 4).” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 172) Como é que a Igreja é missionária? “Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 173) Por que todo discípulo missionário experimenta o chamado para anunciar o evangelho? “O discípulo, à medida que conhece e ama a seu Senhor, experimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, a fazer realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus.” (Documento de Aparecida – parte 2, nº278.e) É por esse e muitos outros motivos que o trabalho realizado nas paróquias, através de suas diversas pastorais, movimentos e grupos, deve ter sempre esse objetivo: evangelizar a si mesma e aos outros. Para que essa evangelização ocorra, é necessário que todo membro da Igreja viva em comunhão com o Cristo. O Papa João Paulo II disse um dia que: “A eficácia do trabalho apostólico do fiel leigo está intimamente associada à sua base espiritual, à sua vida de oração pessoal e comunitária, à frequência na recepção dos Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Penitência e à sua reta formação doutrinária.” Enfim, para que possamos evangelizar, devemos viver o evangelho, testemunhar a nossa fé em todos os momentos, em espírito de missão permanente. E somente com o testemunho de vida e busca concreta pela santidade, é que conseguiremos evangelizar o mundo: “Esta Boa Nova há de ser proclamada, antes de mais, pelo testemunho.” (EXORTAÇÃO APOSTÓLICA EVANGELII NUNTIANDI – nº21) Que Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões, nos ajude a cumprir, a cada momento, o mandato de Cristo: “Ide e fazei discípulos entre as nações!” (Mt 28,19) Salve Maria!
Como Rezar O Santo Rosário?
No último dia 7 de outubro, a Igreja comemora Nossa Senhora do Rosário, festa que foi instituída por São Pio V para comemorar e agradecer à Virgem a sua ajuda na vitória sobre os turcos em Lepanto, na Grécia, no dia 7 de outubro de 1571. Em comemoração a essa data, vamos explicar a devoção que foi fortalecida nessa festa: O oração do Rosário (Santa Terço). Papa São João Paulo II dedicou uma encíclica ao Santo Terço. Nela, o Santo Padre afirma: “O Rosário coloca-se ao serviço do ideal de que pela fé Jesus habita os corações, oferecendo o ‘segredo’ para abrir-se mais facilmente a um conhecimento profundo e empenhado de Cristo. Digamos que é o caminho de Maria, o caminho do exemplo da Virgem de Nazaré, mulher de fé, silêncio e escuta. É, ao mesmo tempo, o caminho de uma devoção mariana animada pela certeza da relação indivisível que liga Cristo a Sua Mãe Santíssima: os mistérios de Cristo são também, de certo modo, os mistérios da Mãe, mesmo quando não está diretamente envolvida, pelo fato de ela viver d’Ele e para Ele. Na Ave-Maria, apropriando-nos das palavras do Arcanjo Gabriel e de Santa Isabel, sentimo-nos levados a procurar sempre de novo, em Maria, nos seus braços e no seu coração, o fruto bendito do seu ventre (cf. Lc 1,42)” – Trecho da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, do Sumo Pontífice São João Paulo II. Como rezar o terço Inicie: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! Em seguida, reza-se a oração do Creio e do Pai-Nosso, três Ave-Marias e o Glória ao Pai. Depois de realizadas essas orações, contempla-se, antes de cada dezena, o mistério do Terço rezado naquele dia. Segundo a prática corrente na Igreja: As segundas-feiras e os sábados são dedicados aos mistérios da alegria – “gozosos”: 1º mistério: Anunciação do anjo a Maria 2º mistério: Visitação de Maria a Santa Isabel 3º mistério: Nascimento do Menino Deus 4º mistério: Apresentação de Jesus no Templo 5º mistério: Perda e encontro de Jesus As terças e sextas-feiras são dedicadas aos “mistérios da dor”: 1º mistério: Oração e agonia de Jesus no Getsémani 2º mistério: Flagelação de Cristo 3º mistério: A coroação de espinhos 4º mistério: A subida ao Calvário 5º mistério: A morte na cruz As quarta-feiras e os domingos são dedicados aos “mistérios da glória”: 1º mistério: Ressurreição do Senhor 2º mistério: A ascensão de Jesus 3º mistério: Pentecostes – A vinda do Espírito sobre Maria e os apóstolos 4º mistério: Maria assunta aos céus 5º mistério: Maria coroada Rainha dos anjos e dos santos A quinta-feira é dedicada aos “mistérios da luz”. 1º mistério: Batismo de Jesus no Jordão 2º mistério: Milagre de Jesus nas bodas de Caná 3º mistério: Anúncio do Reino de Deus com um convite à conversão 4º mistério: Transfiguração do Senhor 5º mistério: Instituição da Eucaristia Depois de contemplar o mistério referente à dezena rezada, recita-se um Pai-Nosso e dez Ave-Marias. Finaliza-se o Santo Terço com a Oração da Salve-Rainha. Abaixo seguem as orações do Santo Terço: Creio Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, Seu único Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém. Pai-Nosso Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje e perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação, mas nos livrai do mal. Amém. Ave-Maria Ave-Maria, cheia de graça! O Senhor é convosco e bendita sois vós entre as mulheres. Bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós, os pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Glória ao Pai Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Amém. Salve Rainha Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre. Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce sempre Virgem Maria! Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém. ============================== Salve Maria!
Mês Da Bíblia: O NovoTestamento
O Novo Testamento é a segunda parte da Bíblia, onde se realiza todas as promessas do Antigo Testamento. Onde a salvação esperada chega até nós. Algo de novo acontece no novo testamento: Deus vem habitar entre nós. Jesus veio ao mundo. Através da sua vida, paixão, morte e ressurreição, o homem percebe o imenso amor de Deus por nós, ao ponto de nos salvar e redimir com um amor até as últimas consequências: “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo, 13,1). Também no Novo testamento vemos o chamado de Cristo ao seu seguimento e à missão de seus discípulos, assim formou-se a Igreja. No início da trasmissão cristã primitiva está o anúncio oral, mas depois começaram a escrever. O apóstolo Paulo escreveu cartas para se comunicar com suas comunidades, quando não podia estar com elas pessoalmente. No centro de toda Sagrada Escritura (tanto Antigo como Novo Testamento) temos os Evangelhos, que foram escritos para manter viva a memória de Jesus, que permanece presente no hoje da Igreja, sempre e em todos os tempos. “«Não há doutrina melhor, mais preciosa e esplêndida do que o texto do Evangelho. Vede e retende o que nosso Senhor e Mestre, Cristo, ensinou pelas suas palavras e realizou pelos seus atos» (Santa Cesária). «É sobretudo o Evangelho que me ocupa durante as minhas orações. Nele encontro tudo o que é necessário à minha pobre alma. Nele descubro sempre novas luzes, sentidos escondidos e misteriosos». (Santa Teresinha do Menino Jesus)” (Catecismo da Igreja Católica, §127) Que significado tem o Novo Testamento para os Cristãos? “No Novo Testamento consuma-se a revelação de Deus. Os quatro evangelhos – segundo São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João – são o coração da Sagrada Escritura e o mais precioso tesouro da Igreja. Neles mostra-Se o Filho de Deus como Ele é e como vem ao nosso encontro. Nos Atos dos Apóstolos conhecemos os primórdios da Igreja e a ação do Espírito Santo. Nas cartas apostólicas a vida do ser humano é iluminada, em todas as suas dimensões, pela Luz de Cristo. No Apocalipse de São João antevemos o fim dos tempos. Jesus é tudo o que Deus no queria dizer. Todo o Antigo Testamento prepara a encarnação do Filho de Deus. Todas as promessas de Deus encontram em Jesus o seu cumprimento. Ser cristão significa unir-se cada vez mais profundamente à vida de Cristo. Para isso é preciso ler e viver os evangelhos. Através da Sua Palavra, Deus diz-nos quem ele é e o que quer; Ele di-lo definitivamente e para cada dia. Quanto temos o nosso Evangelho nas mãos, devemos considerar que aí habita a Palavra que Se tornou carne para nós e nos quer atingir para recomeçarmos a Sua vida num novo lugar, num novo tempo, num novo ambiente humano.” (YouCat, 18) O Novo testamento é dividido em 4 partes: Evangelhos e Atos dos Apóstolos (Mt, Mc, Lc, Jo, At) Cartas Paulinas (Rm, 1/2Cor, Gl, Ef, Fl, Cl, 1/2Ts, 1/2Tm, Tt, Fm, Hb) Cartas Católicas (Tg, 1/2Pd, 1/2/3Jo, Jd) Apocalipse (Ap) Resumindo o Novo Testamento, podemos as seguintes ações divinas: A Encarnação do Verbo de Deus (Jesus) a vida, paixão, morte e ressurreição e ascensão de Jesus o tempo da Igreja marcado pelo dom de Pentecostes a missão evangelizadora da Igreja que anuncia, testemunha e celebra Jesus, morto e ressuscitado, proclamando a certeza da sua segunda vinda como juiz dos vivos e dos mortos. Que através das páginas da Sagrada Escritura, em especial os Evangelhos, tendo como base o ensinamento da Igreja, possamos aprofundar o nosso conhecimento da Palavra de Deus que se fez Carne, o próprio Cristo. Que a Bíblia, sendo esse precioso instrumento para adentrar no mistério da revelação de Deus aos homens, seja cada vez mais lida e aprofundada. Salve Maria!
Mês Da Bíblia: O Antigo Testamento
A Bíblia é dividida em duas grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento. Essa divisão existe simplesmente para dividir a história da salvação antes de Cristo (Antigo Testamento/Aliança) e depois de Cristo (Novo(a) Testamento/aliança). O Antigo Testamento, que é chamado de “antigo”, não significa “antiquado”, “obsoleto”, e sim “das origens”. O Antigo Testamento narra as origens do gênero humano, a sua queda com o pecado, e toda iniciativa divina para resgar o homem e trazê-lo de volta para a comunhão com Deus. No Antigo Testamento temos a primeira aliança de Deus com os homens, a primeira revelação do Deus único e verdadeiro. Deus vai ao encontro do homem, não o homem sozinho tenta ir ao encontro de Deus, mas o próprio Deus que se revela, desce até a realidade humana e se revela. O Antigo Testamento (AT) é uma coletânea de escritos que dá testemunho da criação e do amor de Deus pelos seres humanos antes de Jesus Nascer. o AT foi escrito por muitas mãos. A maior parte dos livros foi escrita em hebraico, e alguns em aramaico ou grego. A maioria dos livros surgiu em Israel, alguns talvez também fora da Terra Santa. Foi um processo de muitos séculos até que o Antigo Testamento se formasse e encontrasse a sua forma atual. O Antigo testamento é dividido em 4 partes: Pentateuco (Gênesis até Deuteronômio) Livros Históricos (Josué até Macabeus) Livros Sapienciais (Jó até Eclesiástico) Profetas (Isaías até Malaquias) Que significado tem o Antigo Testamento para os Cristãos? “No Antigo Testamento, Deus mostra-Se como o Criador e o sustento do mundo, como guia e educador da humanidade. Também os livros do Antigo Testamento são Palavra de Deus e Sagrada Escritura. Sem o Antigo Testamento não é possível compreender Jesus.” (You Cat, 17) O Antigo Testamento foi escrito sobretudo para preparar a vinda de Cristo Salvador do universo. Essa é verdadeira razão de existir dos escritos do AT, como explica o Catecismo da Igreja Católica: “Com efeito, “a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor do todos”. (§122) “O Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o Antigo é desvendado no Novo. (§129) Resumindo o Antigo Testamento, podemos perceber uma sucessão de ações divinas: a criação a queda original a promessa da salvação depois da queda original a vocação dos patriarcas a libertação da escravidão no Egito a marcha pelo deserto a conclusão da aliança no Sinai a ocupação da Terra Prometida as infidelidades combatidas pelos profetas Elias e Eliseu a esperança messiânica depositada em Davi e seus sucessores o chamado à conversão pelos profetas clássicos a perda da Terra, com os consequentes exílios o retorno e a reconstrução de jerusalém Tendo em vista o Cristo que vêm, devemos ler as páginas do Antigo Testamento. Pois toda escritura sagrada fala de Jesus. Que possamos aprofundar neste mês da bíblia o conhecimento do Antigo Testamento, e assim entender melhor o mistério de Cristo. Salve Maria!
Mês Da Bíblia: Qual A Diferença Entre A Bíblia Católica E A Bíblia Protestante?
Poucas pessoas sabem, mas existe uma grande diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia protestante. Essa diferença encontra-se no Antigo Testamento, já que o Novo é igual em ambas as Bíblias, com 27 livros. Mas por que existe essa diferença? O cânon (lista) católico contém 46 livros no Antigo Testamento e o protestante, 39. Neste, estão ausentes os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (Sirácida ou Sirac), I Macabeus e II Macabeus. Além disso, faltam alguns fragmentos dos livros de Ester e de Daniel. Portanto a bíblia protestante é menor, mutilada (7 livros a menos). A Bíblia Católica é completa. Por que faltam estes trechos sagrados na Bíblia dos protestantes? A Igreja Católica, além das Sagradas Escrituras e da Tradição, está embasada também no Magistério, ou seja, no ensinamento da Igreja. Este garante que o Evangelho transmitido e a fé professada são os mesmos ensinados por Cristo ao longo do tempo. Inicialmente, ele foi formado por pessoas escolhidas pelo próprio Jesus, os Apóstolos, cujos sucessores são, hoje, os responsáveis por confirmarem os irmãos e garantirem a guarda do depósito da fé. No século XVI, os protestantes afastaram-se do Magistério, renegando-o. Nesse movimento, descobriram que o povo judeu possuía uma lista diferente de livros sagrados, com 39 livros, ou seja, 7 livros a menos que o cânon católico. Daí para concluírem que a Igreja Católica acrescentou os outros livros foi questão de tempo. Esses 7 livros a menos na Bíblia protestante, que já se encontravam na versão grega da Bíblia, chamada Septuaginta, só não faziam parte do texto hebraico. A partir disto, no século XIX, os protestantes decidiram abolir definitivamente os sete livros de seu cânon. Ora, Jesus deu uma ordem aos Apóstolos: “Ide pelo mundo e evangelizai” e o mundo daquela época falava o grego, que era o equivalente ao inglês de hoje. Assim, os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho em grego. Mas como se dava isto, se a Bíblia estava em hebraico? Os Apóstolos passaram a utilizar uma tradução da Bíblia do hebraico para o grego denominada “Septuaginta”, que havia sido elaborada em Alexandria antes de Cristo. Ocorre que na Tradução dos Setenta, como também é conhecida, estão contidos aqueles sete livros. Diversas citações do Antigo Testamento encontradas no Novo, a tradução utilizada é a da Septuaginta. Este era o livro utilizado pelos Apóstolos e foi este, portanto, que a Igreja Católica adotou. É verdade que houve um conflito entre os cristãos e os judeus, pois estes perceberam que os Apóstolos estavam pregando o Evangelho de forma diferente e, por isso, expulsaram-nos das sinagogas. Esse fato também motivou os judeus a fecharem o cânon dos livros sagrados: eles decidiram pela exclusão definitiva daqueles sete livros que constavam na Septuaginta. Isto, porém, só aconteceu no final do século I, ou seja, um século após a vinda de Jesus. Desta forma, os protestantes, ao aceitarem o cânon da bíblia judaica, estão desprezando a autoridade dada pelo próprio Jesus aos apóstolos e aceitando a definição dos rabinos judeus mesmo depois de Cristo. Para os católicos basta saber que quem define o cânon das Escrituras é a Igreja. É importante lembrar também que foi esta mesma Igreja quem definiu os outros 27 livros do Novo Testamento, sobre os quais não há discussão. Portanto, uma pergunta que não pode deixar de ser feita é: por que os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica que definiu os 27 livros do Novo Testamento e não aceitam a autoridade dessa mesma Igreja quanto aos 46 livros do Antigo Testamento? Em resumo: os protestantes não aceitam os 7 livros chamados de “deuterocanônicos” pois os judeus não aceitaram esses livros; contudo, os apóstolos de Cristo utilizaram a tradução grega que continham esses 7 livros e é por isso que a Igreja incluiu esses livros na lista da Bíblia. Portanto, os protestantes preferem aceitar a posição dos judeus, ao invés de seguir o exemplo dos apóstolos. Como saber se uma Bíblia é Católica? É necessário verificar se a Bíblia possui a autorização do bispo para a sua publicação. Em todos as Bíblias Católicas existe uma inscrição chamada “IMPRIMATUR”, que do latim significa “que se imprima”. Antes do Imprimatur, que é dado por um bispo, passa-se pelo censor da diocese, que dá o Nihil obstat (‘nada contra’), e, se o autor do livro for membro de uma Ordem, o Superior, antes do censor, dá o Imprimi potest (pode ser impresso). Sendo, pois, esta a sequência: Imprimi Potest. Nihil Obstat e, finalmente, o Imprimatur. Um católico só pode utilizar uma Bíblia que tenha essa autorização, do contrário está utilizando uma tradução protestante e não autorizada, que além de ser uma Bíblia mutilada, pode conter erros e adulterações na tradução. Ao contrário dos protestantes, os católicos não pertencem à religião de um livro, mas sim de uma Pessoa: Nosso Senhor Jesus Cristo, que está vivo e presente em sua Igreja “una, santa, católica e apostólica”. Ela celebra em sucessão apostólica os mesmos sacramentos, crê na mesma fé, nas mesmas Escrituras e está sob o mesmo governo eclesiástico com o Papa e os Bispos em comunhão com ele. Como disse Santo Agostinho: “Ego vero Evangelio nos crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas” (eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja católica.) Para saber mais, veja esse vídeo: Salve Maria! Fonte: https://padrepauloricardo.org/episodios/qual-e-a-diferenca-entre-a-biblia-catolica-e-a-biblia-protestante
Mês Da Bíblia: Introdução às Sagradas Escrituras
A Igreja dedica o mês de setembro às Sagradas Escrituras, a Bíblia. O mês de setembro foi escolhido como mês da Bíblia porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu em 340 e faleceu em 420 dC). São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja. Hoje a Bíblia é o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e está em quase todas as casas, talvez nem fazemos ideia, mas a Bíblia é o livro mais vendido, distribuído e impresso em toda a história da humanidade. A Bíblia é a coleção de textos sagrados que surgiram num período de mais de 1000 anos. Porém, é importante lembrar que a Bíblia não é um(1) livro, mas uma coleção de livros, uma verdadeira biblioteca. Por isso podemos chamar a Bíblia de Sagradas Escrituras, por ser uma coleção de escritos. Como a lista de livros da bíblia (chamado de cânon das Escrituras) foi discernida pela Igreja? “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada “Cânon” das Escrituras. Ela comporta 46 escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo” (Total de 73 livros na Bíblia). (Catecismo da Igreja Católica, §120) A tradição apostólica, ou seja, o ensinamento dos apóstolos, transmitido pela Igreja, é que garante o correto discernimento de quais livros são verdadeiramente inspirados por Deus. Para um católico, não existe Bíblia sem Igreja. Não podemos, de forma isolada ou individual, ler a Bíblia e interpretá-la. Devemos seguir o ensinamento da Igreja para verdadeiramente saber o correto ensinamento da revelação divina. Da mesma forma que a Bíblia foi gerada na Igreja, ela deve ser lida através da Igreja. A livre interpretação da Bíblia leva ao enorme problema que vemos hoje: a falta de unidade da fé cristã e a relativização do ensinamento de Cristo. Diante disso, podemos afirmar como Santo Agostinho: “Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja Católica.” Só podemos crer que as Sagradas Escrituras são verdadeiramente a palavra de Deus pois a autoridade da Igreja nos diz que é. É nesse espirito, como filhos da Igreja, que devemos abordar os textos bíblicos. Por que a Sagrada Escritura ensina a verdade? “Porque o próprio Deus é o autor da Sagrada Escritura; por isso se diz que ela é inspirada e ensina sem erro as verdades que são necessárias à nossa salvação. Com efeito, o Espírito Santo inspirou os autores humanos, que escreveram o que ele quis nos ensinar. A fé cristã, todavia, não é “uma religião do Livro”, mas da Palavra de Deus, que não é uma palavra escrita e muda, mas o Verbo encarnado e vivo” (Compendio do Catecismo da Igreja Católica, 18) Como achar um texto na Bíblia? Para indicar uma passagem bíblica é suficiente citar o livro, o capítulo e o versículo. Indica-se o livro pela sua abreviação ou sigla. A primeira cifra numérica indica o capítulo e a segunda cifra, separada por uma vírgula, indica o versículo. Eis alguns exemplos: a) Gn 3,1: livro do Gênesis, capítulo terceiro, versículo 1. b) Gn 3, 1-10: livro do Gênesis, capitulo terceiro, versículo um a dez. Como ler a Bíblia? (Lectio Divina) A forma de ler a Bíblia mais utilizada na Igreja é a chamada Leitura Orante, ou em latim, Lectio Divina. Ela se divide em 4 partes: Leitura da Palavra de Deus: Leia, com calma e atenção, um pequeno trecho da Bíblia (aconselhamos que nas primeiras vezes utilize-se os textos dos Evangelhos, por serem mais familiares a todos). Se for preciso, leia o texto quantas vezes forem necessárias. Procure identificar as coisas importantes deste trecho da Bíblia: o ambiente, os personagens, os diálogos, as imagens usadas, as ações. Você conhece algum outro trecho que seja parecido com este que leu? É importante que você identifique tudo isto com calma e atenção, como se estivesse vendo a cena. É um momento para conhecer e reconhecer a Boa Notícia que este trecho nos traz! Meditar a Palavra de Deus: É o momento de descobrir os valores e as mensagens espirituais da Palavra de Deus: é hora de saborear a Palavra de Deus e não apenas estudá-la. Você, diante de Deus, deve confrontar este trecho com a sua vida. Feche os olhos, isto pode ajudar. É preciso concentrar-se! Rezar a Palavra de Deus: Toda boa meditação desemboca naturalmente na oração. É o momento de responder a Deus após havê-lo escutado. Esta oração é um momento muito pessoal que diz respeito apenas à pessoa e Deus. É um diálogo pessoal! Não se preocupe em preparar palavras, fale o que vai no coração depois da meditação: se for louvor, louve; se for pedido de perdão, peça perdão; se for necessidade de maior clareza, peça a luz divina; se for cansaço e aridez, peça os dons da fé e esperança. Enfim, os momentos anteriores, se feitos com atenção e vontade, determinarão esta oração da qual nasce o compromisso de estar com Deus e fazer a sua vontade. Contemplar a Palavra: Desta etapa a pessoa não é dona. É um momento que pertence a Deus e sua presença misteriosa, sim, mas sempre presença. É um momento no qual se permanece em silêncio diante de Deus. Se ele o conduzirá à contemplação, louvado seja Deus! Se ele lhe dará apenas a tranqüilidade de uns momentos de paz e silêncio, louvado seja Deus! Se para você será um momento de esforço para ficar na presença de Deus, louvado seja Deus! Para saber mais sobre a leitura orante da Bíblia, veja esse vídeo: “A Igreja “exorta com veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos…a que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, aprendam ‘a eminente ciência de Jesus Cristo’ (Fl 3,8). ‘Com efeito, ignorar as Escrituras é
Mês Vocacional: Vocação Do Catequista
“Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” (Mt 28, 19-20) Com essas palavras, Nosso Senhor Jesus Cristo inaugura a evangelização. Como essas palavras podemos dizer que começa a Catequese cristã. “Bem cedo passou-se a chamar de catequese o conjunto de esforços empreendidos na Igreja para fazer discípulos, para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, por meio da fé, tenham a vida em nome dele, para educá-los e instruí-los nesta vida, e assim construir o Corpo de Cristo.” (Catecismo da Igreja Católica, §4) A catequese é a própria ação da Igreja, e de todos os seus membros, de fazer discípulos, de ajudar as pessoas a conhecer Jesus, de segui-lo e de amá-lo. O primeiro catequista é o próprio Cristo, depois os seus ministros: o papa, os bispos, os padres, religiosos, pais de família e demais leigos. Todos nós somos chamados a ser catequistas, a ensinar a fé a todos. Devemos cada vez mais valorizar o serviço da catequese, e incentivar as pessoas a servir nesse apostolado tão importante para a vida da Igreja. Vamos destacar o serviço da catequese realizado por dois grupos de fiéis: os país de família e os catequistas em geral. Cada pai e mãe é chamado a ser os primeiros catequistas dos seus filhos. Devemos procurar ensinar, desde a mesma tenra idade, a fé aos nossos filhos. Não é possível esperar até que a criança chegue na catequese paroquial para ensina-la. Todo pai é chamado a conhecer profundamente a sua fé e de ensinar aos seus filhos. O catequista que trabalha nas paróquias deve ser um auxiliar da catequese doméstica. Somente dessa forma conseguiremos catequizar as nossas crianças e jovens de forma mais eficiente. “A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã.” (Catecismo da Igreja Católica, §5) O catequista é chamado a anunciar Jesus Cristo com a sua própria vida. A amar Jesus, a compartilhar esse amor e essa vida em Cristo com os outros. O estudo da doutrina Cristã (Credo, Sacramentos, Mandamentos, e Oração) é fundamental para que o genuíno ensinamento da Igreja seja transmitido. Por isso os principais livros que devem acompanhar o catequista são as Sagradas Escrituras e o Catecismo da Igreja Católica. O catequista não fala por ele mesmo, mas em nome da Igreja, por isso ele deve ser fiel ao ensinamento que a Igreja sempre transmitiu desde os apóstolos ao longo desses 2000 anos de história. Oração e estudo da fé, eis o resumo da vida de todo catequista. “No centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus de Nazaré, Filho único do Pai…, que sofreu e morreu por nós e agora, ressuscitado, vive conosco para sempre…Catequizar…é desvendar na Pessoa de Cristo todo o desígnio eterno de Deus que nela se realiza. É procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais realizados por Ele. A finalidade definitiva da catequese é “levar à comunhão com Jesus Cristo: só ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade.” (Catecismo da Igreja Católica, §426) Que possamos, todos nós, procurar dar catequese sempre que possível, mesmo que seja somente para nossos filhos, amigos e familiares. Não existe maior forma de aprender do que ensinar, e não há nada de mais importante do que aprender as verdades da nossa fé. Rezemos por todos os nossos catequistas, tanto para aqueles que nos deram catequese como para aqueles que estão hoje servindo nas paróquias pelo mundo. Se você sente o chamado para servir na catequese infantil ou de jovens e adultos, não tenha medo! Procure a Catequese Infantil ou a Iniciação Cristã na paróquia. Salve Maria!
Mês Vocacional: A Vida Religiosa
Um tipo de vocação muito especial na Igreja é a chamada Vida Religiosa. Em toda história da Igreja, a Vida Religiosa foi um berço de santos. Mas o que seria a Vida Religiosa? Todos nós somos chamados a colocar Deus como centro das nossas vidas. Todas as nossas ações nesse mundo devem visar a nossa preparação para a vida Eterna, quando estivermos juntos de Deus. Como o leigo é chamado a viver no mundo, transformando as realidades diárias à luz do evangelho, a vida religiosa é um estilo de vida especial para seguir essa missão de pertencer a Cristo. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica: “Nascida no Oriente nos primeiros séculos do cristianismo e vivida nos institutos canonicamente erigidos pela Igreja, a vida religiosa se distingue das outras modalidades de vida consagrada pelo aspecto cultual, pela profissão pública dos conselhos evangélicos, pela vida fraterna levada em comum, pelo testemunho de união de Cristo com a Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, §925.) A vida religiosa é distinta justamente nesses pontos: Aspecto cultual: vida de oração profunda, utilizando a Liturgia das Horas; Profissão pública dos conselhos evangélicos; Vida fraterna levada em comum: a vida religiosa não é uma vida isolada, mas em comunidade. As pessoas que vivem a vida religiosa, fazem parte de uma família de outras irmãs e irmãos, onde tudo é compartilhado numa verdadeira fraternidade; E o testemunho de entrega total a Cristo e à Sua Igreja. “A vida religiosa faz parte do mistério da Igreja. É um dom que a Igreja recebe de seu Senhor e que oferece como um estado de vida permanente ao fiel chamado por Deus na profissão dos conselhos. Assim, a Igreja pode ao mesmo tempo manifestar o Cristo e reconhecer-se como esposa do Salvador. A vida religiosa é convidada a significar, em suas variadas formas, a própria caridade de Deus, em linguagem de nossa época.” (Catecismo da Igreja Católica, §926.) Por que quis Jesus que haja pessoas que vivam para sempre em pobreza, em castidade celibatária e em obediência? “Deus é amor. Ele também deseja nosso amor. Uma forma de entrega amorosa a Deus é viver como Jesus, ou seja, pobre, celibatário e obediente. Quem assim vive tem cabeça, coração e mãos livres para Deus e para a humanidade. Surgem continuamente indivíduos que se deixam conquistar verdadeira e totalmente por Jesus, a ponto de, «por causa do Reino dos Céus» (Mt 19,12), entregarem tudo a Deus, mesmo coisas boas, como as suas riquezas, a autodeterminação e o amor conjugal. Esta existência segundo dos conselhos evangélicos em pobreza, castidade celibatária e obediência, mostra a todos que o mundo não é tudo. No fundo, só o encontro “face a face” com o esposo divino fará a humanidade feliz.” (YouCat, 145) A vida religiosa é um grande sinal de que essa vida não é tudo; que vale a pena se entregar totalmente e “perder” a sua vida para servir a Deus por inteiro. Todos nós estamos nos preparando para o casamento definitivo com o Esposo no céu. Todos nós fomos feitos para casar com Deus! E a vida religiosa, através dos freis, freiras, religiosas, religiosos, etc; nos dá um testemunho concreto dessa realidade. “Todos os religiosos, isentos ou não, são contados entre os cooperadores do Bispo diocesano em seu ministério pastoral. A implantação e a expansão missionária da Igreja exigiram a presença da vida religiosa sob todas as suas formas desde os inícios da evangelização. A história atesta os grandes méritos das famílias religiosas na propagação da fé e na formação de novas Igrejas, desde as antigas instituições monásticas e as ordens medievais até as congregações modernas.” (Catecismo da Igreja Católica, §927.) Se você sente o chamado para a vida religiosa, não perca a oportunidade de fazer uma experiência e de conhecer uma comunidade religiosa. Não custa nada conhecer! Procure a Pastoral vocacional e siga a sua vocação! Salve Maria!
Mês Vocacional: Vocação Do Leigo Consagrado
Além das vocações originadas do sacramento da Ordem (Padres, Diáconos) e do sacramento do Matrimônio (Casamento Católico), existem outras formas de vocação na Igreja. O mês de Agosto é dedicado às vocações, por isso vamos apresentar, nas próximas semanas do mês, um resumo das outras três formas de vocações mais comuns na Igreja: O Leigo Consagrado, A Vida Religiosa e os Catequistas. Para começar, precisamos entender que na Igreja existem dois grupos de fiéis: Os Clérigos (Papa, Bispos, Padres e Diáconos) e os Leigos (Casais, Solteiros, Religiosos, Leigo Consagrado, etc), como afirma o Código de Direito Canônico: Cân. 207 — § l. Por instituição divina, entre os féis existem os ministros sagrados, que no direito se chamam também clérigos; os outros féis também se designam por leigos. § 2. De ambos estes grupos existem féis que, pela profissão dos conselhos evangélicos por meio dos votos ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e sancionados pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão salvífca da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e santidade. A palavra “Leigo” vem do grego (laos) e significa “povo”. O leigo é um estado comum dos batizados que pertencem ao Povo de Deus, mas não são ordenados. Voltando o nosso olhar para o vocação do leigo, podemos dizer que o leigo é aquele fiel que não pertence ao Clero, e é chamado a viver no mundo, transformando as realidades diárias à luz do evangelho. Então todo povo de Deus que não faz parte do clero (bispo, padre ou diácono) é leigo. “Qual é a vocação dos fiéis leigos? Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Realizando assim o chamado à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados.” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, Qt.188)” Dentro da vocação leiga existe uma vocação especial que na Igreja podemos definir como “Leigo Consagrado”. Mas o que seria “Vida Consagrada”? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica: “A Vida Consagrada é o estado de vida constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não pertença à estrutura hierárquica da Igreja, está, no entanto, incontestavelmente ligado à sua vida e santidade»” (Catecismo da Igreja Católica, §914.) Na Igreja, a vida consagrada deve seguir os conselhos evangélicos, que são os principais ensinamentos do seguimento de Cristo (Pobreza, Obediência e Castidade). O Leigo que escolhe a vida consagrada a Deus, faz a opção, dentro do seu estado de vida de leigo (não pertecendo ao clero) de entregar a sua vida a Deus e fazer os votos de Pobreza, Obediência e Castidade: “Os conselhos evangélicos são, na sua multiplicidade, propostos a todos os discípulos de Cristo. A perfeição da caridade, a que todos os fiéis são chamados, comporta, para aqueles que livremente assumem o chamamento à vida consagrada, a obrigação de praticar a castidade no celibato por amor do Reino, a pobreza e a obediência. É a profissão destes conselhos, num estado de vida estável reconhecido pela Igreja, que caracteriza a «vida consagrada» a Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, §915.) As pessoas que não são chamadas a se casar, viver uma vida de serviço ministerial na Igreja (Padre ou diácono) ou viver uma vida religiosa através dos institutos de vida religiosa, pode seguir a vocação de leigo consagrado: “A partir daí, o estado de vida consagrada aparece como uma das maneiras de viver uma consagração «mais íntima», radicada no Batismo e totalmente dedicada a Deus. Na vida consagrada, os fiéis propõem‑se, sob a moção do Espírito Santo, seguir Cristo mais de perto, entregar‑se a Deus amado acima de todas as coisas e, procurando a perfeição da caridade ao serviço do Reino, ser na Igreja sinal e anúncio da glória do mundo que há-de vir.” (Catecismo da Igreja Católica, §916.) Existem instituições especiais na Igreja para acolher as pessoas que sentem o chamado de viver a sua vida como leigo de forma consagrada a Deus, são os chamado INSTITUTOS SECULARES: “«Instituto secular é o instituto de vida consagrada, em que os fiéis, vivendo no mundo, se esforçam por atingir a perfeição da caridade e por contribuir, sobretudo a partir de dentro, para a santificação do mundo»” (Catecismo da Igreja Católica, §928.) “Os membros destes institutos, mediante uma «vida perfeita e inteiramente consagrada [a esta] santificação» , tomam parte na tarefa de evangelização da Igreja, «no mundo e a partir do mundo», onde a sua presença atua «à maneira de fermento». O seu testemunho de vida cristã visa ordenar segundo Deus as realidades temporais e impregnar o mundo com a força do Evangelho. Assumem, por vínculos sagrados, os conselhos evangélicos e mantêm entre si a comunhão e fraternidade próprias do seu teor de vida secular” (Catecismo da Igreja Católica, §929.) Se você como leigo, não sente o chamado para o casamento, para a vida religiosa (como freira, frei, monge, etc) ou para o sacerdócio, procure a Pastoral Vocacional e busque conhecer os institutos seculares da Igreja de vida consagrada para leigos. Siga a sua vocação! No próximo artigo vamos falar sobre a Vocação Religiosa na Igreja. Salve Maria!
O Que é O Sacramento Do Matrimônio?
A união entre o homem e a mulher sempre foi comum em toda história humana. Todas as sociedades possuem formas de casamento, mas somente na fé católica o casamento foi elevado à dignidade de Sacramento. Como falamos no primeiro artigo, o Sacramento é um sinal eficaz da graça que Cristo conquistou com o seu sacrifício na Cruz. Quando o casamento se torna sacramento, ele se transforma em sinal eficaz de Cristo na terra. Por isso quando um casal recebe o sacramento do Matrimônio, se torna sinal visível da união de Cristo com a Sua Igreja. O homem é chamado a morrer, derramar o seu sangue pela sua esposa. Por sua vez a esposa é chamada a se doar ao seu esposo como ao próprio Cristo. O homem como sinal de Cristo. A mulher como sinal da Igreja. Com essa nova dimensão, o matrimônio é elevado a uma dignidade imensa, se tornando meio eficaz de santificação do casal. Como todos os outros sacramentos, o matrimônio confere uma graça especial para a nossa santificação. Assim também acontece no matrimônio. Quando o casal cristão escolhe se casar através do sacramento do Matrimônio, é conferida uma graça especial para santificar toda a sua família. A Bíblia, do início ao fim, fala de casamento. Tanto no sentido humano como divino, devemos entender o casamento entre o homem e a mulher como uma preparação para o nosso casamento definitivo com Deus no céu. O casamento que celebramos aqui na terra, aponta para o nosso matrimônio definitivo na eternidade: “Então o Senhor Deus fez vir sobre o homem um profundo sono, e ele adormeceu. Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada do homem, o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem. E o homem exclamou: “Desta vez sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque do homem foi tirada”. Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” (Gn 2, 21 – 24) “Fiquemos alegres e contentes, e demos glória a Deus, porque chegou o tempo das núpcias do Cordeiro. Sua esposa já se preparou. Foi lhe dado vestir-se com linho brilhante e puro.” (Ap 19, 7-8) “Deus que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os no Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si, “assim, eles não são mais dois, mas uma só carne (Mt 19,6)”. (Compêndio CIC, 337) Para que fins Deus instituiu o Matrimônio? “A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e estruturada com leis próprias pelo criador, por sua natureza está ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e educação dos filhos. A união matrimonial, segundo o originário desígnio divino, é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: “Não separe, pois, o que Deus uniu” (Mc 10,9) “O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o consenso dos esposos. Portanto, o Matrimônio concluído e consumado entre batizados jamais pode ser dissolvido. Além disso, esse sacramento confere aos esposos a graça necessária para atingir a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a educação deles.” (Compêndio CIC, 346) Quais são os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio? “São: o adultério; a poligamia, porquanto contradiz a igual dignidade entre o homem e a mulher, a unicidade e a exclusividade do amor conjugal; rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; o divórcio, que transgride a indissolubilidade.” (Compêndio CIC, 347) Como o Matrimônio é um estado público de vida na Igreja, a sua celebração litúrgica é publica, na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada pela Igreja) e das outras testemunhas. A família, célula primordial da sociedade, maior obra de Deus, é fundada através do matrimônio. Que possamos ajudar os jovens, na fase de namoro e noivado, a se preparar para essa vocação primordial na vida da Igreja. Além de rezar pelas vocações sacerdotais, devemos rezar pelas vocações matrimoniais! Casais santos geram vocações santas. Que possamos pedir a Deus a bençãos sobre todas as famílias! Salve Maria!
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